quinta-feira, 26 de agosto de 2010

ESTÁVAMOS ASSIM

Estávamos assim, parados,
obras aos pedaços,
vítimas do tempo:
memória relâmpago,
olhar chuvoso.

No ar, a transparência
de quem acaba de nascer.
O pulso,
esfacelado e sem calor.
Idéias perambulavam pela mente,
num itinerário absurdo do desejo.

Estávamos assim
e assim permanecemos longamente,
feito sementes,
distantes...

marco, 11.12.92.

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